30 de dez. de 2010

2011 ABRE NOVA TRAJETÓRIA PARA O VINHO BRASILEIRO


Uma vindima que promete

O desenvolvimento das videiras e da uva mostravam, em meados de dezembro, que a vindima de 2011 poderá ser uma das melhores dos últimos anos.

Para a viticultura brasileira, o final de 2010 também será marcado por uma grande virada negocial, puxada pelo vinho espumante, cujo crescimento em vendas chegará a 20% em relação a 2009. Um espetáculo, com a perspectiva de 13 milhões de litros comercializados.

Finalmente o brasileiro está se rendendo ao espumante nacional, que já demonstrou sua qualidade em inúmeros certames internacionais e que tem a seu favor o preço acessível, especialmente quando se fala do moscatel.

A bebida conquistou um espaço importante no cotidiano do brasileiro, que já não se limita mais ao consumo sazonal das festas de fim de ano.
 
Beber um espumante associou-se à uma consignação de importância e gratificação à vários momentos do dia-a-dia no convívio entre as pessoas, tanto nas famílias quanto no mundo do trabalho.


Quanto ao vinho tranquilo nacional, ainda há um  longo caminho a percorrer, que exige, entre outras providências:
  • Vencer a capacidade das empresas argentinas e chilenas em colocar no país grandes quantidades de vinho ordinário a preços menores que R$10,00 a garrafa;
  • Produzir em escala no segmento de vinhos básicos de varietais européias que possam se contrapor aos estrangeiros de baixo preço;
  • Lançar campanhas de massa de educação para a cultura do vinho, a fim de que progressivamente seja diminuído o interesse por vinhos das variedades americanas ("da colonia"), e outras variantes, de baixo preço e escassa qualidade;
  • Reconhecer a vocação brasileira condicionada pela geografia e clima (terroir brasileiro) e parar de querer imitar a produção de outros países; educar os "educadores" (comentaristas de vinho) para que o preconceito seja superado;
  • Aumentar a aposta na diversidade, tipificando vinhos das várias regiões produtoras no Rio Grande do Sul e no Brasil;
  • Estimular a diferenciação e a qualificação das produções regionais, através de mecanismos de autocontrole visando alcançar padrões de qualidade como Indicações Geográficas.
  • E não é tudo... Há muito mais a fazer.

8 de dez. de 2010

NASCE UMA NOVA REGIÃO PRODUTORA DE VINHO NO RIO GRANDE DO SUL

A vitivinicultura fincou pé em uma nova região do Rio Grande do Sul. O cultivo da uva na área é recente, menos de 10 anos, mas a região do Alto Uruguai, no norte do estado, já mostrou que tem um diferencial. 

As características geoclimáticas distintas das demais permitem uma safra antecipada em até dois meses, o que prenuncia uma interessante vantagem competitiva para a produção local. 

O vinho e as videiras devem abrir novas oportunidades para o turismo da região, já conhecido pelos roteiros das pedras preciosas (Ametista do Sul) e o Salto de Yacumã. 

Em breve os produtos da região deverão estampar os selos "Vinhos do Alto Uruguai", "Espumantes do Alto Uruguai" e ""Sucos do Alto Uruguai" e a marca da associação formada pelos vitivinicultores.


Em março de 2010 nasceu a Rede de Vinícolas do Alto Uruguai, integrada por 12 pequenas empresas produtoras de vinhos e sucos de uva da região, distribuídas entre os municípios de Sarandi, Barra Funda, Rondinha, Três Palmeiras, Ametista do Sul, Alpestre e Planalto.

Em conjunto, elas são responsáveis pelo cultivo de 140 hectares de videiras para vinhos de mesa e sucos e vinhos finos e espumantes, com os varietais cabernet sauvignon, tannat, touriga nacional, ancelota, moscato e chardonnay. 
Paisagem da região/Alpestre/Prefeitura Municipal/Divulgação

A associação busca a qualificação gerencial e de produtos, acesso a novas tecnologias e abertura de novos mercados.O empreendimento é fruto de parceria entre a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI), campus de Frederico Westphalen, e a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do Estado do RS (Sedai), através do programa Redes de Cooperação.

Entre as ações já implementadas estão a criação da marca de identidade regional e material  publicitário,  capacitação inicial em marketing e parcerias para análise de produtos com a Universidade Regional.

Dia 10, em Três Palmeiras, na sede da Vinícola Antônio Dias, será lançado o Projeto Vinhos do Alto Uruguai e Sucos do Alto Uruguai. A Rede de Vinícolas busca crescer e se fortalecer apostando nas parcerias com entidades público-privadas. E também já visualiza conseguir num futuro próximo, a indicação de procedência, o que consolidará a região como produtora de vinhos, sucos e espumantes.
 
No campo do turismo, a região conta com uma atração inédita: se em Champagne, na França, os vinhos repousam em caves subterrâneas escavadas na rocha de calcário, no município de Ametista alguns vinicultores estão usando galerias de minas abandonadas para a guarda do produto, que deve se beneficiar da baixa temperatura do ambiente.
Vinhos em galerias de minas desativadas/URI/Divulgação

Associados da Rede de Vinícolas:
  • Vinhos Finos Antônio Dias - Três Palmeiras
  • Sucos Tedesco - Rondinha
  • Vinícola Dom Gentil - Barra Funda
  • Sucos Tolotti - Barra Funda
  • Vinhos Vizini - Sarandi
  • Sucos Vitis - Sarandi
  • Sucos Carbonari - Sarandi
  • Aghata Vinhos Finos - Ametista do Sul
  • Cooperametista - Ametista do Sul
  • Cooper Bom Pastor - Planalto
  • Vinhos Cave de Cristal - Planalto
  • Vinhos Menzen - Alpestre