29 de nov. de 2013

PINOT E COZINHA ÁRABE


Uma experiência agradável com comida e vinho a preços acessíveis

O local do jantar não estava bem definido. A idéia era ir a uma pizzaria diferenciada, mas no meio do caminho surgiu a sugestão de um restaurante que teve seu ambiente reformado, já há alguns anos, mas que nunca mais visitara desde então.

Casa de comida árabe! Era cedo, mas havia apenas uma mesa disponível. Já entrei conformada em acompanhar a comida com alguma cerveja artesanal, porém ao abrir a carta de bebidas, lá estava um interessante vinho tinto leve nacional de qualidade, acrescido de apenas 30% do preço de venda em supermercado/loja. Inacreditável!

Escolhidos os pratos,  o imperativo foi arriscar na bebida. Que venha o Pinot Noir Pinto Bandeira Aurora 2012, com selo de Indicação de Procedência,  para fazer companhia ao Risoto árabe e ao Chanclixi à moda, acompanhado de pães árabes, azeite de oliva e molho de alho!


E não é que o Pinot Noir Pinto Bandeira Aurora deu conta dos sabores fortes da comida, combinando perfeitamente com a acidez do queijo árabe dissolvido na salada Chanclixi, de cebola, tomate e ervas, e com o suave risoto de carne e salsa, mais os pães com azeite e uma pitada de molho de alho?

Com o espírito e o estômago reconfortados pela singela experiência, saí acreditando que é possível encontrar locais onde se combinam preços acessíveis, comida boa e vinho.

E sejam louvados Al Nur restaurante árabe e Sommelier Vinhos, responsável pela carta de vinhos da casa, por oferecerem o Pinot Noir Pinto Bandeira Aurora a corretos R$42,90 a garrafa, o mesmo vinho que é encontrado a R$34,90 em um tradicional supermercado de classe média-alta de Porto Alegre. Convenhamos, uma diferença mínima, diante de margens de preços para vinhos que costumam passar de 150%  em outros restaurantes, tomando por base a oferta do mesmo produto no varejo.

E ainda,  vinho acrescido do selo de Indicação de Procedência de Pinto Bandeira, uma garantia de qualidade do produto. Só podem usar o selo os vinhos produzidos conforme os exigentes requerimentos estabelecidos pelo conselho regulador da associação de vitivinicultores, representando as melhores características da região produtora.

Mas nunca esquecer que toda experiência com vinho é algo único, dependente do estado de espírito, do lugar, da companhia.  Miguel Brascó, do Anuário Brascó-Portelli de Vinhos Argentinos, já  apontou. Beber vinho é uma experiência subjetiva, não há regras, nem receitas. O vinho eleva uma refeição, é bebida de convívio, de boa companhia. “ Não são vinhos, são garrafas. Não são garrafas, são taças. Não são taças, são situações. Não são situações...são companhias...", diz ele em seus mandamentos do vinho.


13 de jul. de 2013

A BATALHA DO VINHO NOS SUPERMERCADOS

SOBRE A VENDA DE VINHOS PREMIUM NO VAREJO
 
Os negócios do vinho se intensificam sensivelmente no inverno, no Brasil. Indústria nacional e produtos estrangeiros disputam nesta estação climática um mercado interno cada vez mais interessado na bebida. Novos rótulos, promoções, jantares degustação, provas de vinhos em eventos abertos ao público, novas lojas, tudo movimenta o setor. É a época por excelência do vinho tinto, consumo estimulado especialmente pelo frio, no sudeste e sul do país.

Nos supermercados de Porto Alegre, desde o início do ano, a indústria nacional ampliou a oferta de produtos nacionais na faixa de preço de R$26,00 a 34,00. No mercado internacional de vinhos, garrafas nessa faixa de preço (entre 13 a 17 dólares ao consumidor) correspondem a segmentos médios/altos de preço e de atribuição de qualidade, chamados Premium. Os preços adotados pelo setor nacional correspondiam aos de uma já conhecida linha Reserva de importados (especialmente do Chile e Argentina) dominante há mais tempo nas grandes redes de distribuição (Casillero del Diablo, Santa Carolina, Santa Helena, Tarapacá, Senetiner, Bianchi, etc). 

Até maio, a indústria nacional ia tocando as suas novidades com certa desenvoltura. No entanto, entre junho e julho, as prateleiras do setor de vinhos em uma tradicional rede regional de super e hipermercados voltadas às classes médias-altas, coalharam-se de ofertas de rótulos argentinos e chilenos a preços incrivelmente atraentes. Entre eles, os de uma linha básica de varietais da tradicional e famosa Casa Silva, do Chile, importada diretamente pelo estabelecimento, oferecida a R$24,60 a garrafa.

De imediato, revelou-se evidente a preferência dos consumidores aos estoques de estrangeiros, até porque, de repente, os nacionais da mesma faixa estavam mais caros. Alguns destes reagiram com baixas de R$1,00 a R$2,00, mas um frenesi se instalou com a chegada do rótulo Nostro da vinícola chilena Indomita, a incríveis R$15,90 o Gran Reserva e R$14,90 o Reserva, um preço inusitadamente baixo para essas duas categorias, levando em conta os requerimentos que a legislação chilena faz em relação a elas.

OS PREMIUM NACIONAIS

Entre o final de 2012 e o início de 2013, simultaneamente, duas das quatro maiores indústrias de vinho brasileiro colocaram nos supermercados novos produtos a preços entre R$26,00 a 34,00.


Pela Cooperativa Vinícola Aurora renovou-se a linha “Aurora Reserva” (Chardonnay, Merlot, Cabernet Sauvignon, com passagem em barrica de carvalho declarada no contrarrótulo, na faixa de R$27-28); e surgiu a linha “Aurora – Pinto Bandeira Indicação de Procedência” (Pinot Noir e Chardonnay, cerca de R$33-34).

A Vinícola Salton, lançou a linha “Salton Intenso Reserva Privada” (Cabernet Sauvignon, Merlot e Viognier-Sauvignon Blanc, na faixa de R$28-29), substituindo a linha Volpi, pelo menos nos supermercados.


Em 2012, a Vinícola Perini introduziu o “Perini Fração Única” (Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay, na faixa R$29-30). E há alguns anos, a Vinícola Miolo, já oferecia o “Reserva Miolo”, na faixa de R$26 – 27. Também há algum tempo, a Vinícola Boscato vem comercializando o seu “Boscato Reserva” a R$28-30. Outras produtoras, algumas de pequeno porte ou grandes, também introduziram vinhos isolados, nessa faixa de preço ou até em patamares mais elevados, como o Valduga Signature (R$34-35) e Boscato 2007 (R$39-40).

CONCORRENTES DIRETOS

Nessa faixa de preços, apareciam como concorrentes estrangeiros diretos Altos del Plata ( R$35-36); Trapiche Roble (R$35-36); Casillero del Diablo Reserva (R$29);Viu Manent Reserva (R$37-38), Nieto Senetiner Reserva (R$27-28); Latitud 33 (R$29-30); Septima (R$30); Santa Helena Reserva (R$30), entre outros.

A competição acirrou-se recentemente, pois os próprios supermercados aumentaram a importação direta. Além disso, o consumidor viu-se diante de novas opções de escolha. Às tradicionais marcas chilenas e argentinas juntaram-se etiquetas norte-americanas, alemãs, francesas e australianas - com preços semelhantes ou superiores à linha nacional Premium.


A batalha dos supermercados não é irrelevante. Atualmente 60% das vendas de vinho nos maiores países consumidores ocorrem nos canais de venda liderados por super e hipermercados, segundo uma pesquisa da agência Wine Intelligence, revelada na Winexpo – a maior feira de vinhos do mundo – encerrada em junho, na França. A pesquisa, citada pela publicação britânica The Appointment mostra ainda queda no consumo de vinho em bares e restaurantes, enquanto aumentam as vendas também em lojas especializadas e na internet. Foram avaliadas as tendências nos cinco maiores mercados de vinho do mundo (Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e China) entre 2007-2011 e indicadas as tendência para os próximos anos, até 2020.

SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE VINHOS

Desde 2002, o mercado internacional de vinhos - norte-americano e continental europeu, especialmente - guia-se por uma classificação de qualidade, cujo critério é o preço atribuído à garrafa à venda no varejo.
Essa classificação, resultante de um estudo da consultora Ernest e Young, difundida pelo banco de fomento Rabobank International e adotada pela agência norte-americana Wine Institute, estabeleceu patamares, em que o maior volume de produção corresponde ao menor preço.
Segmento
Varejo
ICONE
> 50
ULTRAPREMIUM
14-49
SUPERPREMIUM
8-13
PREMIUM
5-7
POPULAR PREMIUM
3-5
BÁSICO
< 3
Levando em conta essa classificação, os vinhos nacionais na faixa de R$26 a R$34, estariam posicionados no segmento de preços Superpremium internacional. Resta saber se os vinhos brasileiros - no mercado internacional - correspondem a essa mesma segmentação. A mesma questão se aplica aos vinhos argentinos e chilenos aqui comercializados. A escala do Rabobank tem sido adaptada regionalmente com referência ao dólar e outras moedas.

12 de fev. de 2013

BRANCO E TINTO

VINHOS DE PERSONALIDADE EM DUAS PROPOSTAS 
A PREÇOS ACESSÍVEIS


Riesling Renano  2012- Weingut Weinzierle    A pequena vinícola situada no interior de Nova Petrópolis, Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, já está vendendo a safra 2012 do vinho fino Riesling Renano produzido no país conforme os cânones alemães. 

O proprietário, Rolf Weinzierle, veio ao Brasil em novembro para acompanhar o engarrafamento, devendo permanecer na região até o fim de março do corrente ano. Para a vedação das 20 mil garrafas produzidas, Rolf importou da Alemanha um novo tipo de tampa-rosca, que considerou mais adequado para manter a tipicidade e qualidade do vinho Riesling Renano aqui elaborado.

A safra 2012 resultou num vinho de admirável frescor,  mais intenso na tradicional cor amarela com reflexos esverdeados, e aroma de frutas cítricas puxando a lima e limão.  A vinificação preservou cinco gramas de açúcar residual no tipo seco e permitiu 18 gramas no tipo meio-seco. Conforme a sugestão do contra-rótulo, vinhos ideais para acompanhar antepastos leves, peixes, saladas e queijos suaves. Teor alcóolico: 12% vol.

A vinícola centraliza suas vendas em Nova Petrópolis e atende pedidos pela internet.
Onde comprar:  Pub Miss Gayah - Av. 15 de Novembro, 1802 - Fone: (54) 3281- 4177 e Pousada Vila Rica, Av. 15 de Novembro, nº 2470 - Nova Petrópolis, RS, Brasil.


Preço médio: R$20,00


Merlot 2011 -  Valmarino  Vinho fino tinto seco com o selo de Indicação de Procedência (IP) produzido pela Vinícola Valmarino, no município de Pinto Bandeira, Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. 

A Indicação de Procedência Pinto Bandeira foi conquistada em 2010, pela Associação de Produtores de Vinho de Pinto Bandeira - Asprovinho. As vinícolas filiadas seguem protocolos de produção específicos para garantir altos padrões determinados.

Fundada pela família, em 1997, a Valmarino conquistou um espaço importante entre os produtores de vinho de qualidade do Rio Grande do Sul, graças à filosofia de trabalho de Marco Antônio Salton, responsável técnico nos âmbitos vinhedo e vinificação, que sempre buscou elaborar um vinho o mais natural possível, expressando o terroir do local. 

 Valmarino revelou-se uma vinícola referência quando se fala em espumantes e vinhos Cabernet Franc, Merlot e Cabernet Sauvignon de alta linha, com inúmeros reconhecimentos e premiações. 

O Merlot 2011 Valmarino IP é um vinho da linha média que não faz concessões ao estilo adocicado de inúmeros outros produtos regionais dessa gama. 

Tem aroma frutado delicado, cor rubi intensa e boa acidez. Vinho jovem, os taninos ainda muito marcantes, mas já próprio para acompanhar uma refeição com sabores mais intensos. 

Como indica o contra-rótulo,vai ganhar com o envelhecimento. Teor Alcóolico de 12,5% vol.
Onde comprar: lojas de vinho e na vinícola.
Página na internet: www.valmarino.com.br
Atendimento ao consumidor: (54) 3452-2135
Preço na vinícola: R$25,00