22 de mai. de 2011

VINHEDOS INICIAM O REPOUSO HIBERNAL NO OUTONO



O CICLO DA VIDE  - O CICLO DA VIDA


Com a chegada dos primeiros dias frios do outono, em maio, as videiras começam a entrar no período chamado de  repouso hibernal.

Depois da brotação, crescimento, florescimento e frutificação, etapas em que despendeu o máximo de sua força vegetativa,  a videira encerra um ciclo.


 

Nas regiões de clima temperado, como no Rio Grande do Sul,  a  queda de temperatura e o encurtamento dos dias (menos horas de luz solar) que caracterizam o outono e inverno, fazem com que a videira reduza drasticamente o seu metabolismo.

  
  Reservas de nutrientes migram das folhas e ramos jovens e se acumulam nos ramos mais velhos, no caule e nas raízes. A produção de clorofila é paralisada e as folhas tornam-se amareladas e avermelhadas.



Nesse momento, a videira processa um hormônio vegetal chamado ácido abscísico, que se concentra na base da haste das folhas, provocando a morte das células da região e, em seguida a queda da folha.

Assim inicia-se o repouso hibernal da videira, momento em que ocorrem reações bioquímicas na planta fundamentais para que se inicie, mais adiante, uma nova fase de crescimento. As baixas temperaturas são essenciais para que esse acúmulo de energia possa se  expressar em um novo ciclo, na primavera, quando a vide / a vida se renova.







(Vide- videira - vinha - parreira: planta cujo fruto é a uva)

9 de mai. de 2011

FENAVINHO BRASIL 2011

Estilização da Pipa-Pórtico de Bento Gonçalves
O VINHO DA MAIOR FEIRA NACIONAL TEM GOSTO GAÚCHO

 A Fenavinho Brasil 2011, encerrada domingo, dia 8 de maio, em Bento Gonçalves,  apesar de sua abrangência  nacional,  é, em realidade a maior festa-feira de vinhos do Rio Grande do Sul, estado onde se produz cerca de  90% dos vinhos do Brasil.

Lá estavam os três maiores estabelecimentos vinícolas do país (Miolo, Salton e Cooperativa Aurora) um punhado de empresas de prestigio, e outro tanto entre médias, pequenas e iniciantes, sediadas no Rio Grande do Sul. É, sem dúvida, a expressão mais importante da cultura e da arte de fazer vinhos do sul brasileiro.

No sentido festa, o evento contou com atrações relacionadas à história da imigração e do legado italiano, com apresentações típicas, exposições e opções de gastronomia. A feira proporcionou o contato direto com as 42 vinícolas expositoras, permitindo a degustação e a compra de vinhos, espumantes e suco de uva.  Em paralelo, foram realizados cursos de degustação e expostos produtos da agroindústria familiar e variedades. Também ocorreram rodadas de negócios entre vinícolas e compradores interessados.

Nesta edição da Fenavinho, como já ocorreu anteriormente, vários estabelecimentos prestigiados não compareceram, talvez preferindo guardar seus investimentos para outras iniciativas de projeção. Mas algumas médias e pequenas e desconhecidas vinícolas souberam aproveitar o momento para mostrar sua cara ao público e fazer vendas diretas e, especialmente, participar  das rodadas de negócio, abrindo novas oportunidades para escoar sua produção.
















BOAS SURPRESAS NA FESTA DO VINHO

No terreno dos espumantes  restou comprovada a imensa riqueza da produção vitivinícola gaúcha. É surpreendente a grande diversidade de propostas e composições, todas muito expressivas, revelando resultados de fazeres agronômicos, enológicos e humanos distintos entre si.

Eder Giaretta
Entre as jovens vinícolas, imperioso mencionar o Espumante Brut Giaretta, de um empreendimento que tem apenas três anos de existência, localizado em Guaporé, na serra do nordeste do Rio Grande do Sul. Premiado em 2009 no Concurso Mundial de Bruxellas, versão brasileira, realizado em São Paulo, e  no Concurso do Espumante Brasileiro da Associação Brasileira de Enologia em 2010, é um corte clássico de uvas Chardonnay, Pinot e Riesling. Elaborado pelo método Charmat, resultou num espumante de coloração amarelo palha brilhante, com delicioso aroma frutado,  perlage persistente, redondez e frescor.



  Outras surpresas vieram também de um empreendimento de menos de dez anos de existência, a Vinícola Bodega Copetti & Czarnobay, localizada na Serra do Sudeste gaúcho,  município de Encruzilhada do Sul, uma das novas regiões produtoras do Rio Grande do Sul.
 
O Espumante Copetti Brut Chardonnay é produzido com um corte de uvas Chardonnay e blanc de noirs (Cabernet Sauvignon e Merlot vinificadas em branco), pelo método Charmat longo, que lhe propicia uma característica estruturada, cremosa, frutada e fresca.

Também da Bodega é o recém lançado vinho tinto seco fino Alto das Figueiras Merlot 2009, com 13% vol. de álcool, que surpreende pela sua singularidade: coloração rubi intensa, olfato de frutas negras maduras, notas de baunilha e tostado, equilibrado e fresco, com taninos ainda um pouco adstringentes, pois o vinho foi engarrafado há poucas semanas apenas.O projeto de vitivinicultura foi iniciado em 2003 por André Copetti; em 2007 inaugurou-se a cantina e em 2009 ganhou a parceria do renomado enólogo Antônio Czarnobay.


A tradicional Vinícola Calza, localizada em Monte Belo do Sul, região do Vale dos Vinhedos, trouxe para a feira dois lançamentos : o Ouro Negro Malbec  2008, um vinho leve e macio, pronto para ser bebido e o Calza Tannat 2008, com mais estrutura e taninos, indicado para gastronomia mais pesada.Segundo Antoninho Calza Junior, as pessoas se surpreendem quando se deparam com um Malbec brasileiro, mas ele lembra que essa uva é bastante cultivada na serra gaúcha e dá bons resultados em anos propícios. 


 Da cantina experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Centro Nacional de Pesquisa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves)  veio a linha Novas Regiões, vinhos de uvas da Região da Campanha ( Cabernet Sauvignon e Tannat) e dos Campos de Cima da Serra (Merlot). Com produção em pequena escala, a Adega Dom Eliziario, há poucos anos estabelecida no Vale dos Vinhedos, apresentou a segunda safra do Espumante Dom Eliziario Brut, processo Charmat, de uvas Chardonnay e Pinot Noir, de paladar frutado e fresco e perlage persistente.