Estilização da Pipa-Pórtico de Bento Gonçalves |
A Fenavinho Brasil 2011, encerrada domingo, dia 8 de maio, em Bento Gonçalves, apesar de sua abrangência nacional, é, em realidade a maior festa-feira de vinhos do Rio Grande do Sul, estado onde se produz cerca de 90% dos vinhos do Brasil.
Lá estavam os três maiores estabelecimentos vinícolas do país (Miolo, Salton e Cooperativa Aurora) um punhado de empresas de prestigio, e outro tanto entre médias, pequenas e iniciantes, sediadas no Rio Grande do Sul. É, sem dúvida, a expressão mais importante da cultura e da arte de fazer vinhos do sul brasileiro.
No sentido festa, o evento contou com atrações relacionadas à história da imigração e do legado italiano, com apresentações típicas, exposições e opções de gastronomia. A feira proporcionou o contato direto com as 42 vinícolas expositoras, permitindo a degustação e a compra de vinhos, espumantes e suco de uva. Em paralelo, foram realizados cursos de degustação e expostos produtos da agroindústria familiar e variedades. Também ocorreram rodadas de negócios entre vinícolas e compradores interessados.
Nesta edição da Fenavinho, como já ocorreu anteriormente, vários estabelecimentos prestigiados não compareceram, talvez preferindo guardar seus investimentos para outras iniciativas de projeção. Mas algumas médias e pequenas e desconhecidas vinícolas souberam aproveitar o momento para mostrar sua cara ao público e fazer vendas diretas e, especialmente, participar das rodadas de negócio, abrindo novas oportunidades para escoar sua produção.
BOAS SURPRESAS NA FESTA DO VINHO
No terreno dos espumantes restou comprovada a imensa riqueza da produção vitivinícola gaúcha. É surpreendente a grande diversidade de propostas e composições, todas muito expressivas, revelando resultados de fazeres agronômicos, enológicos e humanos distintos entre si.
Eder Giaretta |
Outras surpresas vieram também de um empreendimento de menos de dez anos de existência, a Vinícola Bodega Copetti & Czarnobay, localizada na Serra do Sudeste gaúcho, município de Encruzilhada do Sul, uma das novas regiões produtoras do Rio Grande do Sul.
O Espumante Copetti Brut Chardonnay é produzido com um corte de uvas Chardonnay e blanc de noirs (Cabernet Sauvignon e Merlot vinificadas em branco), pelo método Charmat longo, que lhe propicia uma característica estruturada, cremosa, frutada e fresca.
Também da Bodega é o recém lançado vinho tinto seco fino Alto das Figueiras Merlot 2009, com 13% vol. de álcool, que surpreende pela sua singularidade: coloração rubi intensa, olfato de frutas negras maduras, notas de baunilha e tostado, equilibrado e fresco, com taninos ainda um pouco adstringentes, pois o vinho foi engarrafado há poucas semanas apenas.O projeto de vitivinicultura foi iniciado em 2003 por André Copetti; em 2007 inaugurou-se a cantina e em 2009 ganhou a parceria do renomado enólogo Antônio Czarnobay.
A tradicional Vinícola Calza, localizada em Monte Belo do Sul, região do Vale dos Vinhedos, trouxe para a feira dois lançamentos : o Ouro Negro Malbec 2008, um vinho leve e macio, pronto para ser bebido e o Calza Tannat 2008, com mais estrutura e taninos, indicado para gastronomia mais pesada.Segundo Antoninho Calza Junior, as pessoas se surpreendem quando se deparam com um Malbec brasileiro, mas ele lembra que essa uva é bastante cultivada na serra gaúcha e dá bons resultados em anos propícios.
Da cantina experimental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Centro Nacional de Pesquisa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves) veio a linha Novas Regiões, vinhos de uvas da Região da Campanha ( Cabernet Sauvignon e Tannat) e dos Campos de Cima da Serra (Merlot). Com produção em pequena escala, a Adega Dom Eliziario, há poucos anos estabelecida no Vale dos Vinhedos, apresentou a segunda safra do Espumante Dom Eliziario Brut, processo Charmat, de uvas Chardonnay e Pinot Noir, de paladar frutado e fresco e perlage persistente.
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