29 de jan. de 2012

CONCURSO MUNDIAL DE VINHOS ORGÂNICOS DISTINGUE VINHOS DO CHILE

O salão mundial dos vinhos biológicos - Millésime Bio 2012 - realizado em Montpellier,  sul da França, na semana passada, distinguiu três vinhos chilenos, entre as 834 amostras que concorreram ao Challenge Millésime Bio (Concurso Internacional de Vinhos da Agricultura Biológica).


A Viñedos Emiliana , única representante das Américas premiada, recebeu medalha de Prata  pelos vinhos Novas – Chardonnay 2011, Valle de Casablanca, e Adobe – Sirah 2010, Valle de Rapel; e medalha de Bronze pelo Novas Gran Reserva – Carménère/Cabernet Sauvignon 2009, Valle de Colchagua

Com propriedades totalizando cerca de 1.100 hectares, em cinco regiões importantes da vitivinicultura chilena, a Emiliana converteu vinhedos convencionais em orgânicos e biodinâmicos, a partir de 1990, produzindo vinhos certificados nessas duas linhas, e uma terceira linha de vinhos oriundos de manejo integrado ISO 14.000, com crescente redução de agroquímicos e diminuição de impactos ao meio ambiente.

O concurso distribuiu quatro medalhas de Ouro com Menção Especial a três vinhos franceses e a um alemão. E ainda, 55 medalhas de Ouro, 112 medalhas de Prata e 82 medalhas de Bronze a vinhos franceses, espanhóis, italianos, alemães e portugueses, um chileno, um sulafricano, um austríaco e um egípcio. O júri foi composto de 150 pessoas e a degustação ocorreu às cegas e sob estritos critérios de avaliação, enfatizando-se não a tipicidade, mas o prazer despertado pela bebida. Não há notícia de participação de vinhos do Brasil neste certame.

 O Millésime Bio 2012, organizado pela Associação Interprofissional dos Vinhos Biológicos do Languedoc-Roussillon, com apoio do governo regional,  registrou um novo impulso em interesse público nesta  19 ª edição. A feira reuniu 587 produtores de vinhos biológicos certificados, vindos de 13  países, com predominância de  França, Espanha e Itália, e representantes de Portugal, Alemanha, Áustria, Romênia, Suíça, Estados Unidos, África do Sul, Chile e Argentina, entre outros. No ano passado foram 560 expositores.

Voltado apenas para profissionais, o evento recebeu 3.600 visitantes interessados em comprar (contra 3.200 em 2011), tais como lojistas, importadores, donos de restaurantes e bares, someliers e negociantes, boa parte dos quais escandinavos e alemães, mas também de países  como Singapura, China, Japão, Estados Unidos e Canadá.

Os rótulos dos vinhos bio europeus os identificam como “vinhos de uvas originárias da agricultura biológica” (cultivo sem utilização de produtos químicos de síntese, como adubos e pesticidas), e exibem selo de certificação de agência reconhecida.  Uma normativa da União Européia esperada para fevereiro poderá legitimar a expressão “vinho biológico”, tornando mais simples e clara a rotulagem.

Alguns comentaristas franceses reconhecem que os vinhos biológicos estão conquistando a sua fatia dentro do mercado de vinhos tradicional. Em 2010, os negócios nessa área totalizaram 322 milhões de euros. Quase a metade das vendas ocorrem em supermercados.

Na Europa, os maiores produtores de vinhos bio são a Espanha (57.232 hectares), a Itália (52.273 hectares) e a França (50.268 hectares). A Alemanha com menos de 5 mil hectares de vinhedos orgânicos, é entretanto uma grande compradora de vinhos bio franceses e espanhóis. Fora da Europa, os compradores mais significativos são os Estados Unidos e o Japão. A região de Languedoc-Roussillon, no sudoeste da França tem o maior vinhedo bio europeu, com 16.428 hectares e 1.029 produtores.

(Fotos: Divulgação Association Interprofissionelle des Vins Biologiques du Languedoc-Roussillon e Viñedos Emiliana)

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente Matéria, bem informativa, sobre evento de grande importância.
Parabéns!