7 de set. de 2010


UM MAR DE VINHOS NAS PRATELEIRAS DOS SUPERMERCADOS 

 


Nunca houve tanta oferta de vinho nos supermercados brasileiros como neste ano de 2010.Há um "mar" de vinhos argentinos e chilenos nas prateleiras, disputando a preferência dos consumidores. A produção brasileira não ficou para trás e a listagem dos nacionais também se ampliou sensivelmente.

É tanto vinho que sua apresentação desbordou as tradicionais áreas delimitadas a essa bebida. Nos supermercados maiores, novas ilhas de vinho surgiram nos corredores, como que sugerindo seu consumo em harmonização com alimentos dispostos em setores próximos, como as boutiques de carnes, peixaria, fiambres e padaria.

As grandes redes de supermercados também passaram a importar diretamente algumas marcas notórias, para não ficar na dependência de outras importadoras. Parece que o anúncio da obrigatoriedade do selo fiscal, gestado pela indústria de vinhos brasileira e a Receita Federal, gerou essa contramanobra do varejo. A verdade é que há muito vinho argentino e chileno, não apenas para 2010, como também para 2011, quando começa a valer a exigência do selo para novas importações. Mas até o fim 2011, o comércio poderá  vender estoques de vinho importado anteriormente sem o selo.

Salta aos olhos que o consumo de vinho está se elevando sensivelmente, especialmente nos estados do sul e Sudeste. No Sul, o frio do inverno ajuda essa tendência. Em todo o país, a elevação da renda de amplas camadas da população também está fazendo com que se interessem pelo vinho.


Os novos consumidores brasileiros estão entrando no mundo do vinho pela mão de argentinos e chilenos
Os preços dos importados também são determinantes. Há uma grande quantidade e variedade de argentinos e chilenos ofertada a preços entre R$15,00 e R$30,00, cujas garrafas não param nas prateleiras. São vinhos que não podem ser classificados de baixa qualidade, ao contrário do que dizem alguns dirigentes de entidades da indústria brasileira.

Esses vinhos seguem um padrão de consumo globalizado. Fáceis de beber ou "redondos", taninos suaves, frutados, cores intensas - os tintos, a grande maioria em oferta. Agradam a quase todo mundo. Maciçamente varietais Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenère. Em menor posição, Merlot, Sirah, raros Pinot Noir. Entre os brancos, que não são muitos, predomina Chardonnay,  alguns Torrontés e raros Sauvignon Blanc.

Pela mão dos argentinos e chilenos, uma geração nova que busca algum tipo de experência hedonística ou, quem sabe, status por meio do vinho, vai fazendo sua introdução e seu aprendizado no mundo dos varietais.

Pena, porque está sendo habituada  a um estilo de vinhos às vezes muito pesados, a maioria tendentes ao suave, seja pelo açúcar residual, seja pela alta graduação alcoólica, que aumenta essa sensação de doçura.

Uma rápida verificação nos rótulos permite constatar que a maioria desses vinhos tem volumes alcoólicos absurdamente altos, entre 14 e 14,5 º e até 15º GL.

Grande parte dos consumidores nem está atenta a isso.No momento em que cresce o interesse, o vinho corrente mais sedutor tem cerca de 30% a  mais de álcool do que era habitual até dez anos atrás, quando a média do que se encontrava no mercado oscilava entre 12 e 13º GL.

Um comentário:

Helena disse...

Em alguns supermercados, encontra-se maior variedade de vinhos chilenos e argentinos que de brasileiros! Muitas vezes, querendo comprar algo nacional, encontro poucas opções...
Quanto à graduação alcoólica, é verdade que não se tem muito o hábito de verificar. Boa dica, vou ficar mais atenta a isso nas próximas compras!